Acessos ao Itaquerão não ficam prontos até a Copa do Mundo

Justificadas como “legado da Copa do Mundo” e uma das razões para construir o novo estádio do Corinthians, em Itaquera, zona leste de São Paulo, as obras viárias que darão acesso à arena não ficarão prontas até o evento, prevê o Tribunal de Contas do Estado (TCE) e a Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A). Os órgãos responsabilizam a Prefeitura de São Paulo por não desapropriar 23 imóveis em uma área que pertence a ela.
Wanderley Sobrinho/iG São Paulo
De acordo com os relatos, aliciadores estão oferecendo os serviços sexuais de garotas com idade entre 11 e 17 anos para os operários da obra
O primeiro sinal de alerta foi dado pelo TCE, que no final de outubro encaminhou ofícios para a Dersa e para o governo do Estado - responsáveis pelas obras - mencionando as seis visitas que seus fiscais fizeram à região para acompanhar a execução dos trabalhos: um conjunto de três novas avenidas, adequação de cruzamentos, novas passagens para o trem e metrô e alças de ligação no cruzamento das Avenidas Jacu Pêssego e José Pinheiro Borges, que também servirão de acesso ao Itaquerão.
É justamente nesse acesso que “a situação é mais preocupante”, diz o ofício do TCE. “Isto porque, conforme Cronograma Físico encaminhado, o término de tais obras encontra-se previsto para meados de junho de 2014", depois da partida inicial do evento, no estádio corintiano, agendado para o dia 12 daquele mês. "Em face do cenário apresentado, a tendência é que as obras não fiquem totalmente prontas apara a abertura da Copa do Mundo de 2014."
A previsão da Dersa é ainda mais pessimista. A sete meses do evento, a empresa garante que precisaria de, no mínimo, um ano para colocar as obras de pé. A empresa enviou três ofícios para a prefeitura desde maio último alertando sobre a urgência das desapropriações, mas as cartas teriam sido ignoradas, o que a prefeitura nega.
Reprodução
Ofício expedido pelo TCE prevê atraso nas obras viárias no entorno do Itaquerão
Ao todo, 23 imóveis formam um pequeno comércio de bares, oficinas e cabeleireiros na região. Sem a construção das alças, os carros terão de trafegar pelas ruas internas do bairro, o que pode provocar congestionamentos indesejáveis nos seis jogos sediados no Itaquerão.
De acordo com a prefeitura, a execução das desapropriações começa ainda este mês, embora o município aguarde parecer judicial.
Um problema a menos
As 23 casas não eram o único impedimento. No dia 20 de agosto, a Câmara Municipal aprovou uma lei permitindo que as mudanças viárias fossem executadas. A condição para isso era a doação de um terreno, prometida pela Itaquera Desenvolvimento Imobiliário, para a construção de duas avenidas. A vantagem para a empresa era a valorização que o restante do terreno - de 200 mil metros quadrados - sofrerá após as obras da Copa.
Depois da lei aprovada, no entanto, a empresa condicionou a doação à desapropriação de outro terreno seu também na região de Itaquera. “A incorporadora assinou um termo dizendo que ia doar e depois colocou condições. A prefeitura fez um mal negocio”, diz o vereador Toninho Vespoli (PSOL), um dos três parlamentares que votaram contra o projeto.
Sem alternativas, a prefeitura aceitou os termos da incorporadora e desembolsou R$ 1,8 milhão. A companhia informou à reportagem que já entregou a documentação necessária para a doação do terreno, permitindo a execução da obra.
Heranças da Copa, avenidas e alças de acesso vão levar a população local ao principal legado do evento: um centro de desenvolvimento no entorno do estádio batizado de Polo Institucional de Itaquera, onde ficarão reunidos fórum, rodoviária, escolas técnicas, institutos, laboratórios, centro de convenções, parque linear e um edifício comercial.
Divulgação/Dersa
Mapa aéreo do Itaquerão: na legenda, o número 1 se refere às alças de acesso em atraso

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