Processo de seleção pra trabalhar na Apple Store Brasil, você quer tentar?

Há cerca de um ano se arrasta a promessa de uma Apple Store no Rio de Janeiro e não há indicações de que essa loja seja aberta logo. O último rumor apontava para dezembro, mas a empresa estaria com dificuldade em encontrar gente qualificada. Dificuldade, aliás, que permanece, pois as vagas ainda estão abertas.

Sempre que se fala sobre o problema da Apple em conseguir contratar pessoas no Brasil vem uma avalanche de reclamações. O Olhar Digital conversou com pessoas formadas e com bom histórico profissional que enfrentaram o processo seletivo e não conseguiram, mesmo nos casos em que o candidato era fã da marca e conhecia bem seus produtos. Isso acontece porque, no caso da Apple, o impasse tem sido cultural.

"O Brasil tem um problema muito sério de atendimento, é raríssimo encontrar uma empresa que tenha bom atendimento por aqui", aponta Mayra Fragiacomo, consultora de carreira da Job Transition. A especialista esclarece que, como o padrão da Apple é muito elevado, a empresa também rala para encontrar funcionários ideais em outros países. Só que no Brasil o mau atendimento já está enraizado. "Nosso telemarketing é motivo de piada e aqui você é mal atendido até no McDonald's."

Processo Apple
Faz um bocado de tempo que a Apple está com vagas em aberto no Brasil. Só na área de varejo são "várias" em pelo menos 13 posições, incluindo encarregado de estoque, Genius e cargos de liderança (confira). Quem se candidata, porém, tem de saber que não é só o currículo que será avaliado.


Em certos aspectos o processo seletivo é bem parecido com o de outras empresas modernas de tecnologia como Google, Facebook e Microsoft. Questões tradicionais como "qual é o seu maior defeito?" são trocadas por "o que você faria para não ser contratado?", eles te perguntam sobre seus maiores micos e aplicam uma série de testes aparentemente sem sentido. "Isso é feito justamente para ver como o profissional se sai quando tem de fugir do comum. A pessoa está mais do que pronta para perguntas de entrevistas, existe até roteiro pra isso, mas uma pergunta surreal coloca o candidato em uma situação adversa e testa como ela sai dela", observa Mayra.

No caso da Apple o que acontece é mesmo uma experiência de contratação. No Brasil a primeira etapa é realizada no Windsor Barra Hotel, na Barra da Tijuca, onde, de dez em dez, os candidatos são recepcionados com palmas ao som de "I Gotta Feeling", da banda Black Eyed Peas. Quatro funcionários da empresa participam da recepção, mas só três deles conduzem as entrevistas - dois homens brasileiros e uma mulher que foi gerente de loja na Espanha e agora comandará a unidade carioca.

Na mesa, para incentivar os candidatos a falar, cada um conta fatos curiosos ou engraçados de suas vidas, além de fazer declarações desconexas como "meu nome é Fulano, tenho um carro prata, gosto da cor azul". "Me senti entrando em uma sociedade secreta onde contamos nossos segredos para serem usados futuramente contra nós, caso saíssemos da linha", relata o operador de sistemas Gledson Luis Torres da Silva, de 36 anos, que participou do processo neste ano. "Mas eu entrei na onda e disse as minhas loucuras também."

Sensação parecida teve o comerciante Alessandro Freitas Lustosa, de 26 anos. Formado em Direito, ele se ofereceu para atuar como especialista ou Genius por ser, como admite, "apaixonado" pela marca, mas ainda não descobriu o que a Apple busca. "Não consigo entender o critério de seleção."

Por que não?
Nenhum dos candidados barrados no processo de seleção é informado sobre os motivos que levaram a empresa à recusa, o que afasta alguns da segunda tentativa. "Eu trabalhei com vendas, conheço a fundo todos produtos, sei até arrumá-los, e tinha gente lá que nem sabia falar o nome da Apple", afirma Lustosa. Mesmo assim, ele não passou. "Só recebi um e-mail no dia seguinte dizendo que infelizmente eu não entraria."

Ele está entre os que tentarão novamente, mesmo com ressalvas. "Eu até pretendo me candidatar de novo, mas pode ser perda de tempo porque não sei qual é o critério deles. Além disso, as vagas de especialista pedem gente para trabalhar de segunda a segunda, inclusive feriados - mas com uma escala de folgas."

Segundo a consultora Mayra, trata-se de um procedimento comum que a companhia da maçã deveria evitar. A maioria das empresas não diz aos pretendentes o que faltou para se enquadrarem em suas vagas, caberia a nomes como a Apple mudar isso. "É o maior pecado deles", diz. "O processo é muito legal, mas eles poderiam finalizar também 'fora da caixa' explicando o motivo da não contratação." Procurada, a Apple preferiu não se pronunciar.
A falta de feedback, claro, não é a única coisa que afasta possíveis talentos. O próprio modelo de seleção - novidade para a maioria - soa confuso, mas Mayra explica que ele reflete o dia a dia da empresa: oferece um ambiente descontraído, mas exige o melhor de cada, mesmo que subjetivamente.

"Eu não vejo razão em participar de um processo em que eu não sei o que está sendo avaliado, ou quanto vale ser louco, falar coisas desconexas... é muito ruim ser avaliado por algo que não é a sua competência, em si, e sim um perfil que a maioria dos brasileiros não tem", reclama Silva. "Até participaria de novo desse tiroteio às escuras, mas que é esquisito é."

FONTE; OLHAR DIGITAL

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